RESUMO DO TEXTO*
A construção da noção de número:
O papel da contagem
Leny Rodrigues
Martins Teixeira
A atividade numérica realizada pela mente é uma
manifestação presente na história da humanidade. A contagem surgiu e se
desenvolveu com base na necessidade de organizar as experiências de vida e
resolver problemas do cotidiano. Inicialmente a ideia de quantidade era de
caráter intuitivo, o homem primitivo percebeu que era possível distinguir, por
um processo de comparação, os conjuntos com poucos e muitos elementos, que
retirar algum elemento produzia mudança na quantidade.
Motivados pela necessidade de maior segurança e memorização
das quantidades, o homem criou um novo método, a correspondência, um a um
constituía-se a primeira forma de representar, denominada de analógica. À medida que as relações sociais e comerciais
se tornaram mais intensas, a necessidade de contar foi gradativamente se
impondo e sistematizando. O homem passou a contar usando técnicas de
agrupamento, onde a mão provavelmente teve papel fundamental. Ao poucos as
representações foram se tornando simbólicas, feitas por marcas ou desenhos.
Para estudar como se dá à construção de números pela
criança é preciso considerar os processos usados pela criança para compreender à
lógica dos números com base na situação em que ela vive, desde o nascimento ela
entra em contato com um sistema de numeração expressa de forma oral e escrita
já constituído e solidificado pela sua cultura, a experiência matemática da
criança se inicia bem antes dela entrar na escola; elas são capazes de
diferenciar pequenas quantidades, como mostram alguns estudos com bebê, no
entanto isso não significa que saibam que 3 é mais que 2.
As ideias matemáticas começam por avaliação das
quantidades, inicialmente de forma global e intuitiva que se expressa nas
ideias de muito, pouco, grande, pequeno, maior, menor etc.
A utilização de palavras que expressam números no caso da
contagem de rotina e mesmo algumas hipóteses sobre grandes e pequenos números,
baseadas nas quantidades de algarismos dos mesmos, são noções com as quais as
crianças, no geral chegam à escola, e por meio das quais é possível trabalhar a
construção e noção de número.
Para saber contar é necessário dominar os princípios
básicos da contagem, saber para que serve ou quando usar a contagem, bem como
entender os aspectos convencionais dos sistemas da contagem. Há primeira vista
parece um processo simples desde sedo a criança é capaz de recitar alguns
números, no entanto na contagem de rotina a criança não guarda relação com as
quantidades que elas expressam.
Para contar é preciso que a criança respeite um conjunto de
princípios denominados de lógicos, que são necessários para que a contagem seja
apropriada.
-Ao contar é preciso estabelecer uma correspondência
biunívoca entre o conjunto dos objetos e os elementos da seqüência numérica;
cada objeto deve ser contado uma única vez.
-As crianças necessitam abstrair uma propriedade dos
objetos e agrupá-los conforme essa propriedade para contar; além disso, deve
identificar as quantidades dos elementos, abstraindo-a de outra característica,
forma, tamanho e disposição.
- A contagem deve ser expressa por uma sucessão de números
que obedece a uma mesma ordem, caso contrário à contagem será diferente.
- A cardinalidade expressa a ideia de que o ultimo números equivale
o total de objetos, assim a cardinalização ocorre se a criança sabe que 7
engloba os números anteriores.
Contar corretamente é uma atividade complexa, segundo
Piaget e Szennska saber contar não significa necessariamente que a criança
tenha compreendido a natureza dos números.
A ideia piagetiana é de que a correspondência termo a termo
vai os poucos vai se libertando de limites espaciais ou perceptivos, permitindo
que a equivalência entre os dois conjuntos se tornem necessários e durável.
Outros estudos posteriores a Piaget confirmaram que sua idéia
de que a contagem não significa o domínio de todos os aspectos do número. Dessa
forma uma das tarefas da escola seria transformar a contagem em uma ferramenta
de pensamento; embora as crianças saibam contar elas não sabem usar a contagem
para comparar coleções ou torná-las equivalente.
A noção de número seque alguns princípios, qualquer ideia nova se constrói com base nas noções já existentes, isso significa que é
preciso levar em conta o que os alunos já sabem sobre número. A criança
descobre o significado ou constrói os invariantes para a noção de número, por
meio do uso que ela faz deles, isso está condicionado às experiências que ela
teve oportunidade de vivenciar num certo contexto, quanto a sua possibilidade
de assimilá-lo.
O papel da escola é de atuar exatamente nessa área de
incompletude, a fim de possibilitar a elas a possibilidade de construir os
princípios lógicos do número e suas diferenças de utilização.
O número é um aprendizado que demanda tempo e se desenvolve
desde o nascimento da criança; o professor precisa conhecer as competências numéricas
de seus alunos, ou como eles utilizam os números.
Todas as atividades nas quais os números são usados
socialmente devem ser trabalhados na escola, no sentido de ampliar o
conhecimento numérico, trata-se de possibilitar situações variadas que permite
a crianças construírem as regularidades necessárias ao conceito, tanto quanto a
transformação as mesmas em procedimentos para resolver conceitos.
*Resumo: Luciana Sanches
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