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O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará, Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

UM DIA DAQUELES!
                                                                                             
Ela acordou assustada naquela manhã de inverno, deu um pulo da cama, virou-se para o despertador e teve vontade de espancá-lo, já passava das oito. Foi ao banheiro olhou para o espelho, e o que viu foi a “Bruxa de Salém”. Naquele momento sabia que o café da manhã estava fora de cogitação. Kátia estava com raiva, se já não bastasse os cobradores de ônibus estarem em greve, até o relógio voltou-se contra ela. 

Vestiu-se formalmente para a ocasião, pegou sua bolsa e mais que depressa bateu na porta da amiga. Bateu e bateu, e nem sinal de Jéssica. Então, Kátia respirou fundo por três vezes para manter a calma. Seu psiquiatra sempre recomendava contar até dez nos momentos tensos, como lhe faltava tempo optou só pelos números pares, para terminar a contagem mais rápido. Já que sua amiga não estava, a solução agora era pedir a seu Joaquim para fazer uma corrida até o centro. Kátia desceu pelo elevador e foi às pressas ao encontro do taxista que não se encontrava no ponto. 

A jovem que não era supersticiosa estava para mudar de ideia. De ônibus não tinha como chegar, sua amiga que nunca saia de casa não se encontrava, seu Joaquim arrumara passageiro justo naquela manhã, seu carro sem previsão de sair da oficina. Como chegar? Essa pergunta precisava de uma resposta rápida. 
Foi correndo até a garagem, e lá estava sua bicicleta toda empoeirada, fazia tempo que não era usada. Kátia nem se deu conta que estava de salto, subiu na bike e começou a pedalar pela cidade. Depois de quinze minutos toda a maquiagem já estava fora do lugar, mas ela sabia que não poderia parar afinal aquela data era especial, não é todos os dias que se é promovida. 

Em alta velocidade a moça notou algo estranho. Percebeu que a maior parte do comércio estava fechado. Eram poucos os carros que circulavam pelas ruas, mas isso se tornou fator secundário  pois a preocupação em chegar logo a seu destino era maior do que a curiosidade de saber o que estava ocorrendo. Com aproximadamente duas horas de exaustivas pedaladas, cruzou a esquina andou alguns metros e em fim chegou pelos fundos como fazia todos os dias. Ao torcer a maçaneta notou algo estranho, a porta encontrava-se trancada. Não havia ninguém no local. 
Kátia, após tentar abrir a porta pela quarta vez, começou a esbofeteá-la com verdadeiros golpes de luta livre que ela nem sabia que sabia. A batalha transformou-se em um grande espetáculo e chamou a atenção de um rapaz que que passava pela calçada. Ele virou-se para ela e educadamente gritou; “moça, essa agência não abre aos sábados e nem aos feriados".

Autora: Luciana Sanches

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